Quem me acompanha nas redes sociais já está sabendo da novidade, minha arte está de casa nova, um local muito especial e repleto de histórias. O novo ateliê fica no encantador edifício Jaçatuba, na região da Vila Buarque, um pedacinho do centro de São Paulo que vem passando por um momento incrível de revitalização, com uma vida cultural, artística e gastronômica cada vez mais movimentada.
A região, que recentemente foi palco dos incríveis murais do Projeto Aquário Urbano, responsáveis por colorir e trazer a arte de rua para os paredões de diversos prédios da região, comporta restaurantes, bares e cafés como Dona Onça, A Casa do Porco, Tokyo, Hot Pork, Sertó Bar, Floresta e La Guapa Empanadas além de estar bem pertinho de ícones arquitetônicos da cidade como os edifícios Copan e Itália.
O edifício Jaçatuba também é ele próprio um símbolo da arquitetura paulistana. Projetado na década de 1940 por Oswaldo Bratke, um dos mais renomados arquitetos brasileiros, ele é
dono de linhas que o fazem ser apontado por especialistas como um manifesto rumo ao estilo modernista, em um período em que a cidade vivia uma intensa transição urbanística e arquitetônica. Aliás, foi justamente para preservar as diferenciadas características dessa edificação que o Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do PatrimônioHistórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) decidiu por seu tombamento em 2012.
O edifício Jaçatuba, no entanto, não é um lugar especial apenas para a cidade. Ele é muito especial também para mim e para meus familiares, pois ali funcionou por muitas décadas o escritório de advocacia da família, comandado primeiro por meu avô, depois por meu pai e meu tio. Dessa maneira, vocês podem imaginar como eu estou feliz por poder levar o meu trabalho a esse recanto tão especial para a minha família e para a Terra da Garoa.
Outra coincidência muito bacana é que o novo ateliê está em um conjunto cujas paredes de tijolinhos à vista me remetem à Brick Lane, a charmosa e descolada rua de Londres cujo nome pode ser livremente traduzido como “Caminho dos tijolos” e onde tive oportunidade de realizar a venda de minha primeira peça autoral (um dia conto melhor essa história pra vocês), no período em que vivi lá na capital inglesa.
Por tudo que contei até agora, vocês podem perceber que eu estou muito feliz e agradecida por ver minha arte nesta nova casa, neste novo ateliê. Me sinto grata pela jornada até aqui, pelo carinho imenso que tenho recebido, assim como ao meu avô, ao meu pai, à minha mãe e ao meu parceiro de vida, que, de formas distintas, indireta ou diretamente, colaboraram para esta conquista. As decisões de cada um, em algum momento da história, convergiram para que isto desse certo.
Depois conto mais novidades, pois ainda estamos estruturando este novo cantinho de desenvolvimento da colagem em papel do método @belca. Por enquanto sou eu, a mapoteca e um armário. Ainda faltam diversas coisas para que eu possa abrir meu ateliê para recebê-los. Mas, mesmo assim, já deixo a todos meu muito obrigado.
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